ARTIGO DE OPINIÃO: "O clássico que envergonhou o futebol português", por Ricardo Silveira
Na passada Sexta-feira tivemos mais uma página negra no futebol português. Um Porto – Sporting que tinha tudo para ser um excelente jogo de futebol, uma vez que opunha as duas melhores equipas portuguesas frente a frente.
O problema real do jogo não foi o jogo em si, ou a arbitragem muito sofrível de João Pinheiro. O problema começou de trás, começou mesmo no início da semana com provocações nas Redes Sociais do FC Porto. Urge que as autoridades coloquem mão nisto. Quando se começa a provocar a discórdia num ambiente de clássico logo no início da semana, as coisas não podem correr bem, e não correram.
É verdade que os jogadores são profissionais e devem ter controlo nos nervos, mas esse controlo deve partir dos dirigentes, e o que se assistiu durante toda a semana não foi bonito. Quanto ao jogo, bom, quando o árbitro decidiu aos 2 minutos dar amarelo a um jogador num lance que, por ser ao início, e para controlar melhor o jogo, pedia que tivesse bom senso e tivesse uma conversa com o jogador, perdeu o controlo do jogo. Isto porque, quando a outra equipa fez faltas idênticas, o árbitro nada mostrou. Claro que só podia dar no que deu.
Quanto ao futebol em si, foi bem jogado, teve grandes momentos e teve golos, 4, o que é raro nestes jogos. Depois veio o fim do jogo, e mostrou um momento muito deprimente. Jogadores com trocas de agressões, funcionários do FC Porto a agredirem jogadores do Sporting e o árbitro num festival de cartões vermelhos, que mais parecia um bailado.
Quando o jogo termina daquela maneira pouco mais há a dizer. Fora do relvado, no parque de estacionamento, o Presidente do Sporting terá sido abordado por 3 elementos do staff do FC Porto, o treinador, o vice-presidente e director de imprensa, os quais, alegadamente, lhe roubaram o telemóvel e os documentos. Tudo isto é demasiado grave para o que aconteceu.
Esperemos que sejam imagens que não se repitam, mas, realmente, tudo pode acontecer neste belo país à beira-mar plantado.
É urgente acabar com este clima de impunidade no futebol português. Aguardemos pelas decisões dos responsáveis deste país e que as mesmas sejam exemplares, doa a quem doer. Ao contrário de muitos, não tenho esperança no abraço entre Sérgio Conceição e Rúben Amorim.
Não foi mais do que um momento para passar aos órgãos de comunicação social e nada de apaziguar o que se passou.