ARTIGO DE OPINIÃO: "Miguel Oliveira e o "azar" de ser português", por Ricardo Bragança Silveira
Fotografia de RedBull.com |
Miguel Oliveira há muito que provou ser uma das promessas certeiras do Motociclismo mundial. Tem talento, tem capacidade, tem paixão e tem garra. Talvez por esse motivo tem estado com um enorme azar neste início de ano no Campeonato do Mundo de Moto GP.
Depois de, no dia 26 de março, ter tido um acidente abalroado pelo piloto espanhol Marc Márquez, neste fim de semana, dia 30 de abril, foi novamente abalroado, desta vez pelo francês Fabio Quartararo. Se isto não fosse tão grave, poder-se-ia dizer que Quartararo ainda está zangado pelo golo do Éder na final do Campeonato da Europa de Futebol, onde Portugal se sagrou Campeão Europeu.
Mas isto é grave. Mais do que grave, as declarações no final, dizendo que a penalização de volta lenta foi injusta, porque apenas tentou “sobreviver à curva”. Bom, claro que isto daria muitas piadas se não fosse tão grave. Ou seja, para ele “sobreviver à curva” é mais importante que zelar pela integridade física dos adversários. Sim, na minha opinião, que vale o que vale, sempre que um piloto provoca a queda de um adversário, deveria ficar impedido de correr durante o período que o adversário ficasse lesionado. Assim, teriam muito mais cuidado nas ultrapassagens. Claro que, se a “vítima” destes acidentes fosse o próprio Quartararo, de certeza que as regras eram mudadas, mas… o Miguel Oliveira tem um enorme azar de ter nascido neste belo país à beira-mar plantado. Por esse motivo, nunca aplicarão quaisquer sanções a estes pilotos, que fazem este tipo de ultrapassagens. Claro que todos sabemos que o Moto GP é um desporto arriscado, mas também é verdade que, quando se arrisca numa ultrapassagem perigosa, devem os pilotos, sobretudo, zelar pela segurança de todos.
Pode ser que um dia Miguel Oliveira deixe de ter este azar de ser português, mas, até lá, parece que será um alvo a abater por parte dos adversários.
Desejo as melhoras ao Miguel Oliveira.