VILA DE REI: Ricardo Aires questiona "O que mudou um ano depois do incêndio?" e faz balanço
Em comunicado à comunicação social, o presidente do Município de Vila de Rei deixou o balanço do incêndio do ano passado bem como uma série de esclarecimentos.
"Um
ano após os incêndios de 2017, que voltaram a devastar o nosso
Concelho, importa fazer um ponto de situação perante as legítimas
reivindicações dos Vilarregenses, face ao tratamento diferenciado a
que foram sujeitos.
Com
efeito, há precisamente um ano denunciávamos o “esquecimento” a
que fora sujeito o nosso Concelho, havendo um tratamento para todos
aqueles que sofreram com os incêndios de Pedrogão Grande (junho de
2017) e os outros, onde se inclui Vila de Rei.
Um
ano depois continuamos a assistir ao tratamento
completamente discriminatório entre territórios, entre pessoas e
entre agentes económicos em função da data em que foram assolados
pelos incêndios,
bem como pela sua sede ou morada.
Com
efeito, os municípios afetados pelos incêndios de Pedrogão Grande
viram as suas infraestruturas destruídas apoiadas em 100%, enquanto
os outros obtiveram apenas 60%. Mas pior ainda que isto, é
a discriminação para com as empresas, designadamente as de cariz
florestal e as pessoas, a grande maioria possuidora de minifúndios,
que viram os seus bens destruídos, não tendo os mesmos auxílios
que os seus vizinhos de concelhos limítrofes, designadamente no que
diz respeito aos subsídios diretos a fundo perdido até €
5.000,00.
Passado
um ano,
e apesar da vitória alcançada na Assembleia da República, que
aprovou favoravelmente e por unanimidade uma recomendação ao
Governo para a inclusão de Vila de Rei, bem como de outros
concelhos, no projeto-piloto de reflorestação estabelecido para os
territórios afetados pelos incêndios de Pedrogão Grande, com a
adição dos concelhos de Proença-a-Nova, Caminha e Alfandega da Fé,
continuamos
à espera que tal recomendação seja colocada em prática pelo
Governo.
Assistimos
ainda às desculpas de incapacidade financeira por parte do Governo
para dotar o Concelho de cadastro florestal,
sendo que Vila de Rei, continua a ser o único território da região
sem esse importantíssimo instrumento de gestão territorial,
constituindo-se assim como uma ilha entregue à sua sorte, com todos
os perigos daí decorrentes para o nosso território e as nossas
gentes, bem como para os nossos vizinhos.
Já
este ano, Monchique voltou a ser palco do mesmo inferno. Perante a
pressão social, apressou-se o Governo a anunciar um conjunto de
medidas de apoio às populações e às vitimas.
Consideramos
tal apoio da maior justiça. Contudo, continuamos a ser deixados para
trás. Esquecidos. E tal tratamento é algo que não poderemos
aceitar nunca.
O
PSD de Vila de Rei não quer que o nosso Concelho seja favorecido.
Exige
sim, que sejamos tratados de igual forma, aos territórios afetados
pelos incêndios."