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ARTIGO DE OPINIÃO: "Órfãos de Rui Nabeiro - Homenagem ao Comendador", por Ricardo Bragança Silveira

 

No dia do Pai, recebemos, logo pela manhã, a notícia que não queríamos receber. O Comendador Rui Nabeiro morreu. Realmente, reveste-se de simbolismo ele partir no dia que partiu, porque deixa toda uma nação órfã de um grande senhor. Era, talvez, o empresário mais amado em Portugal e percebe-se porquê. Um homem de origens humildes, que subiu a pulso, que construiu um império e que nunca esqueceu as suas origens. O homem bom, que era muito amado, não só pelos campomaiorenses, como também por todos os portugueses. Um autêntico visionário, que conhecia todos os seus trabalhadores pelo nome e que muito ajudava cada um deles.

Tantas histórias se contam do Comendador, que muitas se perdem, mas conto duas que me recordo. Uma vez, um homem, morador em Campo Maior, ficou desempregado e foi pedir emprego ao Comendador. Na altura, este não estava a contratar ninguém, mas era um homem que necessitava daquele salário para sustentar a família. Então, o que fez o Senhor Comendador? Contratou o homem, pagou-lhe o salário e este ficou 6 meses em casa, até ser preciso na empresa. Outra vez, um trabalhador magoou-se no fim-de-semana a cuidar da horta. Ficou de baixa e este empresário pagou o restante valor da diferença entre a baixa e o salário, além de ter suportado as despesas hospitalares. Estas duas histórias devem ter sido replicadas muitas vezes, de certeza, porque o Senhor Comendador era assim, um verdadeiro homem bondoso, a quem o nosso país muito deve.

O que é melhor, é que se sabe que os filhos e os netos receberam bem os ensinamentos para continuar o seu legado. O que se espera é que consigam ser dignos desse legado e que o perpetuem e continuem a mostrar que um empresário pode cuidar bem dos seus trabalhadores e, ainda assim, enriquecer. O Comendador Rui Nabeiro nunca despediu um funcionário. Fazem falta mais empresários assim, que compreendam que um trabalhador feliz é um trabalhador que se esforça pela sua empresa e se sente parte integrante da mesma. É de empresários assim que o nosso país precisa.

Portugal ficou órfão, no dia do Pai, do seu empresário mais acarinhado. Consigamos recordar para sempre este homem bom, de sorriso fácil e de coração generoso.

Até sempre, Senhor Comendador

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